domingo, setembro 04, 2005

Sem enlouquecer

A idéia é mesmo a do liquidificador. Você pega tudo o que tem à mão e joga lá dentro. Depois bate. A pasta que sai é aquilo que nas salas de aula e nas rodinhas de pessoas de sucesso, muitas delas cults, costumamos chamar pós-modernidade. Uma merda. Uma verdadeira merda. O mundo continua pegando fogo. E cada um de nós continua apagando o incêndio pessoal.

Cada vez mais vou aderindo a essa pós-modernidade pastosa. Uma onda de pessoinhas que cada vez mais acham lindo a transgressão mas que não transgridem nada. De gente que não consegue se colocar no lugar do outro. De sujeitos e sujeitas cada vez mais solitários, dominados por uma tela de computador.

Será que estamos mesmo perdendo o calor? Será que estamos procurando mesmo nos adaptar ao mundo congelado que estará um dia lá fora, nos esperando? Não consigo saber. O único que sei é que o que estou fazendo agora é uma adesão completa a essa pós-modernidade líquida e pastosa. E o único que talvez possa é gritar vivas.

Viva a minha imaturidade. Viva os filhos que não sabemos pra onde vão. Viva as menininhas supostamente inteligentes. Viva os jardins que não dão flores. Viva os livros queimados. Viva essa tela fria aqui na minha frente.

Afinal, é ela que nos tem aquecido.

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